Ensino Médio em Tempo Integral: um caminho para a melhoria de desempenho dos estudantes Foto: Pixabay |
O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê a expansão do Ensino Médio em Tempo Integral para 50% das escolas públicas até o ano de 2024.
O Ensino Médio em Tempo Integral tem como propósito a formação dos alunos com a utilização de uma proposta pedagógica focada na realidade dos estudantes e no desenvolvimento das competências cognitivas e socioemocionais.
Nesse tipo de proposta o estudante é o centro do processo de aprendizagem. A metodologia utilizada para direcionar o aluno é baseada no modo de ser de cada um deles e nos objetivos que ele esperar atingir. Dessa forma o conhecimento é construído incluindo as expectativas e o desenvolvimento dos estudantes.
Com uma carga horária de 7 a 9 horas/aulas diária, o Ensino Médio em Tempo Integral visa a integração entre a teoria e a prática com aulas dinâmicas, valorizando o dia a dia do aluno.
Através de novas disciplinas inclusas na matriz curricular, o novo modelo tem como objetivo o envolvimento do aluno. O projeto de vida oferece ao estudante a oportunidade de planejar o futuro e até escolher em qual profissão deseja ingressar. Com isso, fica mais fácil se tornar um profissional de sucesso.
Por meio do protagonismo juvenil o aluno é capaz de construir sua história. Dessa forma, se sente mais valorizado. O engajamento das famílias é fundamental para motivar os estudantes. Vale lembrar que muitas delas não participam ativamente da vida escolar de seus filhos.
O que muda para os profissionais das escolas?
Para implementar o Ensino Médio em Tempo Integral a escola também passa por uma mudança em sua rotina de trabalho.
Para manter o aluno na escola por mais horas, atividades extras são fundamentais para que não haja desinteresse. Os horários de intervalo precisam ser preenchidos. Com isso, é necessária a disponibilidade de profissionais nesse horários.
O que muda no desempenho dos alunos?
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é o melhor instrumento para se analisar o desempenho de alunos tanto em escolas parciais quanto integrais.
Dados do IDEB em 2019 mostram um crescimento de 17,5% em escolas integrais. As escolas integrais de Ensino Médio avançaram 4,7 pontos. Já nas parciais esse avanço foi de 4 pontos.
O Ensino Médio Integral despertou o interesse das regiões mais pobres do Brasil, já que essa é uma chance de melhorar o processo educacional. Um exemplo disso é o estado de Pernambuco que apresentou um grande avanço. Em 2007 o estado ocupava a 22ª posição no IDEB, passando para o 3º lugar em 2019.
Além de Pernambuco outros estados apresentaram melhorias no IDEB. Ceará subiu 10,5% e Paraíba 16,1%.
Em que pé está o Ensino Médio Integral?
A Política de Fomento à Implementação de Ensino Médio Integral foi lançada em 2016, garantindo aos estados o valor de R$ 2 mil por aluno ao ano durante 10 anos. A preferência de implantação é de escolas de regiões com maior vulnerabilidade. No entanto, é exigido que essas escolas possuam estrutura suficiente.